
Homens como Patativa do Assaré, que lutaram para manter viva a cultura popular nordestina, merecem homenagens sempre.
Patativa do Assaré foi apresentado ao grande público através do cantor cearense Fagner, mas, nunca se interessou em ganhar a vida com seu dom, e viveu até 2002, ano de seu falecimento, na Serra de Santana.
"Toda vez que eu ligo ele
No chafurdo das novela
Vejo logo os papo é feio
Vejo o maior tumaré
Com a briga das mulhé
Querendo os marido alheio
Do que adianta ter fama?
Ter curso de Faculdade?
Mode apresentar programa
Com tanta imoralidade !"
Apesar da falta de instrução Patativa foi um homem sábio, que escrevia seus versos inspirados no seu povo:
"Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrê
Não nego meu sangue, não nego meu nome.
Olho para a fome , pergunto: que há ?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará."
Por pessoas como Patativa, precisamos preservar a cultura popular, ela representa a nossa identidade.
Patativa do Assaré (* 05/03/1909 - † 08/07/2002)
2 comentários:
Salve Patativa, minha cara amiga...
Esse sim foi um gênio da poesia, retratando tão poeticamente o nosso viver sertanejo, que quase não há igualação com outros. Só o coloco no mesmo patamar de Zé da Luz, que também reservou seu lugar, Gonzagão, que era um dos fãs do Pássaro do Assaré e cantou muitas de suas poesias, tais como a belíssima "Triste Partida" e ao gênio Catullo da Paixão Cearence.
Há um poema de Patativa que gosto muito e que até já trabalhei em sala de aula que é "O Burro", que, de maneira magistral, fala de um animal tão peculiar por seu jeito de ser, com suas (des)qualidades de ser burro, mas que, ao ser comparado com os estudiosos da ciência, tem mais inteligência do que estes.
deixa eu pedir ao senhor Google esse poema, e postar aqui que vale a pena.
O burro
Vai ele a trote, pelo chão da serra,
Com a vista espantada e penetrante,
E ninguém nota em seu marchar volante,
A estupidez que este animal encerra.
Muitas vezes, manhoso, ele se emperra,
Sem dar uma passada para diante,
Outras vezes, pinota, revoltante,
E sacode o seu dono sobre a terra.
Mas contudo! Este bruto sem noção,
Que é capaz de fazer uma traição,
A quem quer que lhe venha na defesa,
É mais manso e tem mais inteligência
Do que o sábio que trata de ciência
E não crê no Senhor da Natureza.
Patativa do Assaré
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